A marca da discórdia

A manhã de sábado foi quase que exclusivamente dedicada para se fazer os últimos acertos para a festa de formatura. Escolher os doces. Comprar camisa e gravata para o papai. Comprar todas aquelas bobagens indispensáveis para o momento do baile (boás, colares havaianos, perucas, anéis que piscam, pulseiras de neon, anteninhas, etc). Também foi o momento reservado para eu levar minha foto de toga e com o diploma (aquelas que a gente tira na produtora) para fazer ampliação e colocar numa moldura para expor na festa. E aí que aconteceu uma situação que me fez refletir...

Entreguei a pendrive à moça e apontei a foto (esta que você vê aí em cima). Ela me perguntou:

-Tá limpa?

- Acho que tá. - respondi eu. (vou saber o que ela tava querendo dizer com isso?)

- Deixa eu ver - ela disse. Não tá limpa não, olha aqui essa marquinha que tu tem no nariz. Se tu quiser dá para tirar.

Nesse momento eu fiquei chocado. Como assim tirar a minha "verruguinha" do nariz? Sem ela, não sou eu. Tudo bem que eu quero um dia fazer uma cirurgia e tirar ela, mas quanto isso não acontecer, ela me pertence e faz parte da minha cara.

Mas então eu entendi. É normal para a atendente oferecer fazer milagres nas caras das pessoas, porque é isso que elas querem. Querem é se photoshopar e se transformarem em pessoas que não existem a não ser naquela foto. Até entendo tirar uma espinha, um feridinha, coisas que vão desaparecer com o tempo, mas uma marca, aí já é demais. As pessoas querem perfeição, querem imagens que não são elas, mas uma versão "Playboy" delas...

Eu prefiro minha versão com "verruguinha" e é esta que quem for na minha formatura vai ver!

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