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Um retorno, quatro meses depois

Por: | 22:26 2 comentários

A última postagem aqui no blog data de 04 de abril, cinco dias antes de eu receber uma notícia que mudou minha vida quase que por completo. Precavido, preferi não gritar aos quatro ventos as boas novas, mas deixar que as pessoas fossem descobrindo gradativamente que o Sancler já não morava mais em Vera Cruz com os pais, mas sozinho em Pelotas. Que o Sancler não trabalhava mais na Gazeta e agora era correspondente da Zero Hora em Pelotas.

Eu achava que tudo já era chocante o bastante para lidar com as milhares de perguntas que viriam se a notícia se espalhasse tanto. Mesmo que eu tenha feito uma linha mais comedida (o que não faz muito a minha linha, na verdade), a informação se espalhou mais que a gripe A ano passado.

Do dia em que descobri que ia mudar minha vida, até o que realmente a mudei foram apenas 17 dias, poucos mais de duas semanas. É pouco tempo para se adaptar a uma nova realidade. Passei maior parte da minha vida repetindo que queria sair de casa, que queria morar em outro país, outro estado... mas quando enfim chegou o dia de cortar o invisível cordão umbilical que ainda me ligava aos meus pais, eu descobri que, embora quisesse, não estava tão preparado quanto acreditava... falar é tão fácil, quando nossas palavras ganham concretude, tudo muda...

Quase quatro meses depois, eu ainda lembro exatamente do que senti às 18h50 do dia 22 de abril, quando passei pela porta e dei adeus aquela vida. Eu voltaria em seguida num final de semana, mas aquela não seria mais a minha casa, eu seria visita. Eu que não sou de chorar, tive uma vontade imensurável de deixar as lágrimas que pediam passagem correrem sobre meu rosto, mas eu sabia que isso só tornaria a partida mais dolorosa.

Na rodoviária, ri sozinho do destino. Três anos antes eu estivera naquela mesma rodoviária rodando um curta-metragem sobre dois jovens que se encontravam no local, discutiam sobre música e vida e um deles ia para... Pelotas. Sentado no mesmo banco em que Leticia e Tiago (os personagens) sentaram, eu esperei o ônibus.

Daquela despedida até aqui, aconteceram tantas coisas que eu ocuparia outros quatro meses para narrar... portanto, vamos a um resumo. Pelotas me recebeu de braços abertos na figura do Nauro (com quem trabalho e é fotografo de ZH há 15 anos), Gabi (esposa dele) e a doce Sofia (filha do casal).

Na nova vida ganhei novos pais. Silvia e Jader assim se comportaram durante os 40 dias em que morei na casa deles. Eles nunca haviam me visto, eu nunva havia os visto, ainda assim, eles abriram as portas de sua casa ara um estranho e por que não dizer um cantinho do coração também? Jamais vou esquecer o que eles fizeram por mim, nada que eu faça vai poder retribuir o gesto deles.

Aprendi tanto nesses quatro meses, que hoje olho para mim e vejo dois "Sancleres", tanto no âmbito profissional, quanto pessoal. Vejo um Sancler que ama o que faz, que sempre quis trabalhar com impresso e hoje tem a oportunidade de trabalhar no "O" jornal.

Podia escrever crônicas só dos meus "grandes" desafios de morar sozinho... em Pelotas só reafirmei minha paixão por cozinhar e meu ódio por lavar louça... hahah...

Talvez você se pergunte porque quatro meses depois eu decidi voltar a escrever aqui... eu acredito que tudo acontece ao seu tempo, mesmo que isso seja um castigo para quem como eu não tem paciência, mas as coisas acontecem quando devem acontecer... escrevo hoje porque foi neste momento é que tive de vontade de fazê-lo...

Se vou escrever com frequencia? Sinceramente, não sei. Mas esse post, acredito eu é um recomeço, ou melhor, um começo para uma nova vida...

Crédito da foto: Nauro Júnior

2 comentários:

Anônimo disse...

Olá passei para conhecer seu blog ele é not°10, fantástico com excelente conteúdo você fez um ótimo trabalho desejo muito sucesso em sua caminhada e objetivo no seu Hiper blog e que DEUS ilumine seus caminhos e da sua família
Um grande abraço e tudo de bom

Ana Manuela disse...
Este comentário foi removido pelo autor.